É da seguinte forma que a Agência Lusa noticiou o Festival "Olhares sobre o mundo rural", que começa amanhã, num texto do jornalista Daniel Gil:
16/12/2009 12:57 (LUSA)
Temas: Artes, Cultura e Entretenimento, Cinema
Trancoso, Guarda, 16 Dez (Lusa) – O festival de cinema “Olhares Sobre o Mundo Rural”, que começa sexta-feira em Trancoso, é considerado uma "mostra única" sobre a temática da ruralidade em Portugal, e tem na sua quarta edição o tema “Fronteira e Memória”.
Pela primeira vez selecciona dois autores espanhóis.
Promovido pelo Cineclube da Guarda, este ano em parceria com a Associação Luzlinar, o certame, que se inicia sexta-feira no Teatro do Convento, em Trancoso, vai passar oito metragens em dois dias, com destaque para a antestreia do filme “Tourada”, do realizador Pedro Sena Nunes.
A iniciativa nasceu em 2006, com o subtítulo "Serões de cinema” e em parceria com a Associação Aldeia, explicou António Godinho, presidente da direcção do Cineclube da Guarda, acrescentando que o pretexto para a criação do festival foi o “cruzamento dos olhares no cinema sobre a ruralidade em Portugal”.
“A particularidade deste festival é ser o único que se realiza em Portugal sobre esta temática”, salientou António Godinho, coordenador da programação nesta quarta edição, explicando que nestas mostras se têm “procurado mostrar registos documentais sobre um universo em vias de desaparição: a ruralidade”.
“Espera-se com este certame dar a conhecer facetas menos conhecidas da ruralidade. Ou seja, das gentes que a habitam, da paisagem, mas também das adjacências económicas: exploração do subsolo, o contrabando, os espectáculos, etc.”, afirmou o também advogado António Godinho.
“Nesta edição destacaria a primeira apresentação do filme 'Tourada', de Pedro Sena Nunes, rodado na raia sabugalense, a passagem de 'Cordão Verde', de Hiroatsu Suzuki e Rossana Torres, recém-nomeado para o Festival de Locarno, ou a apresentação de dois filmes de António João Saraiva, um jovem realizador natural de Trancoso”, disse.
A ideia de “descentralizar” o festival acabou por se tornar uma realidade pela “necessidade de desenvolver um bom trabalho" com quem “apresentasse uma dinâmica cultural de vulto e uma sensibilidade especial para o tema, como é o caso da Luzlinar”, associação sediada no Feital, Trancoso, explicou.
Para António Godinho, nesta região existe uma “fruição de obras cinematográficas que, de um modo geral, acompanha a tendência para o consumo doméstico e personalizado”, fenómeno que “aqui ainda é agravado pela relativa escassez de salas com uma exibição regular”.
“Não há escolas de cinema, com excepção do curso existente na Universidade da Beira Interior, e ao nível da produção não existe uma única estrutura em funcionamento”, disse o também cronista e dramaturgo.
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