Em representação do Cineclube, estive em Viana do Castelo, nos "Olhares Frontais", encontros de cinema e vídeo, organizados pelo Cineclube "Ao Norte". O programa revelou-se interessante, com exibição de vários documentários no ciclo "Outros Olhares", o concurso "PrimeirOlhar", uma apresentação do Esodoc, de duas escolas de cinema, uma italiana e outra de Hong Kong, vários debates e workshops. A encerrar, decorreu uma homenagem a Manoel de Oliveira. Antes, a projecção do documentário "O Pintor e a Cidade", o seu primeiro filme a cores. Se bem que, para o realizador, não haja diferença de género entre o documentário e a ficção. Durante a conversa com a assistência que se seguiu, ficaram retidas na memória algumas das suas palavras. Nomeadamente, o comentário que fez do último filme de Dryer, "Gertrud". Precisamente porque este o imaginou inicialmente a cores. O realizador dinamarquês, como é sabido, foi sempre uma das suas referências básicas. Oportunidade, no documentário, para descobrir o Porto em todo o seu esplendor. Com o pretexto da paleta do artista, claro, mas com a destilação do olhar de quem conhece a cidade melhor do que ninguém. No final, do próprio realizador ouvi a melhor definição, ainda que provavelmente involuntária, da sua obra. Foi quando comparou o teatro e o cinema, afirmando que ambos são praticamente iguais. A nuance está nas palavras do teatro serem substituídas pelas imagens no cinema.
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